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O que é a Imaculada Conceição?



A "Imaculada Conceição" ou "Concepção Imaculada" é um dogma católico romano. Esse dogma afirma que Maria, a mãe de Jesus, foi preservada livre de toda mancha do pecado de Adão, conhecido como "pecado original” desde o primeiro momento da sua concepção. Embora vários textos, tanto do Antigo como do Novo Testamento tenham sido usados para defender esse dogma, somente no Concílio de Éfeso, no ano 431 d.C., após Maria ter sido solenemente declarada mãe de Deus, foi que surgiu essa doutrina.


Os teólogos católicos romanos afirmavam que, alguém que esteve tão perto de Deus não podia ter experimentado atos pecaminosos. Mas, essa afirmação contradiz completamente as Escrituras, pois a própria bíblia nos ensina que Jesus Cristo foi o único homem sem pecado (Jo 19:4; 2Co 5:21; Hb 4:15; 1Pe 1:18-19; 2:22) e que todos nós somos pecadores (1Jo 1:8-10; Rm 3:23; 5:12) desde o ventre de nossas mães (Sl 51:5).


A visão de que Maria também foi poupada da disposição para o mal referente ao "pecado original" não foi mostrado de forma clara até o século XII, quando aconteceu um debate em uma celebração inglesa da concepção de Maria. A discussão foi obscurecida pelas visões medievais sobre os aspectos biológicos da concepção e pela preocupação de que a crença na salvação realizada por Jesus não deveria ser ameaçada.


Esta última preocupação, particularmente relacionada a Tomás de Aquino no século XIII, foi confrontada pouco tempo depois pelo teólogo franciscano John Duns Scotus, que argumentou que "a graça redentora de Cristo foi aplicada a Maria para evitar que o pecado a atingisse e que esta manifestação especial resultou em uma redenção mais perfeita no caso dela. O privilégio de Maria, portanto, foi resultado da graça de Deus e não por mérito próprio."


Eadmer de Cantuária (1060-1128), teólogo, monge e biógrafo inglês, foi um dos primeiros a propor a doutrina da Imaculada Conceição. Ele escreveu a respeito dessa doutrina em seu livro chamado "De Conceptione sanctae Mariae - Da Concepção de Santa Maria". Tomás de Aquino (1225-1274) e Boaventura (1221-1274), acreditavam que Maria estava completamente isenta de pecado, mas que esta graça não lhe foi dada no momento de sua concepção. Suas crenças foram apoiadas pelos dominicanos.


Ao longo dos séculos seguintes, pouco a pouco a aceitação das opiniões do franciscano John Duns Scotus refletiu nos ensinamentos de vários papas, especialmente Sisto IV no final do século XV, e nos concílios de Basileia em 1439 e Trento em 1546. Contudo, só em 8 de dezembro de 1854 é que o papa Pio IX, apoiado pela maioria dos bispos católicos de todo o mundo, declarou solenemente na bula Ineffabilis que a doutrina teria sido revelada por Deus e, portanto, deveria ser firmemente acreditada como tal por todos os católicos.


Vejamos um trecho desta declaração: "...Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que afirma que a Bem-Aventurada Virgem Maria, desde o primeiro momento de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservado livre de toda mancha do pecado original, é uma doutrina revelada por Deus e, por isso, deve ser acreditada firme e constantemente por todos os fiéis”.


Portanto, a partir de então, essa crença seria obrigatória para os católicos romanos. A festa da Imaculada Conceição é celebrada em 8 de dezembro e é obrigatoriamente um dia sagrado, no qual os católicos romanos são obrigados a assistir à missa.


Conclusão


A doutrina ensinada pela igreja cristã primitiva era bem próxima a do protestantismo conservador moderno, de que Maria se conservou virgem apenas no período da concepção de Jesus, assim como mostra as Escrituras: "Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por esposa. Porém não teve relações com ela até que deu à luz seu filho, a quem pôs o nome de Jesus." (Mt 1:24-25). Infelizmente, com o passar do tempo muitas dessas heresias foram incorporadas à igreja por meio de concílios e proclamadas pelos papas como dogma de fé.


Graça e paz!

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Garberson Alencar

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